Como foi dito no post anterior, para evitar se contaminar pelo SARS Cov-2 ou qualquer outro microrganismo é preciso mais do que se isolar ou viver com máscaras faciais. É necessário e fundamental ter hábitos de vida saudáveis, que colaborem com nossa imunidade.
Um dos itens mais importantes para isso é a nutrição adequada, ou seja, a ingestão e absorção dos nutrientes corretos e na quantidade adequada ao nosso corpo. Segundo a organização mundial de saúde (OMS) a alimentação saudável também ajuda a proteger contra as doenças crônicas, entre elas diabetes e doenças cardiovasculares, que são as principais comorbidades associadas às manifestações mais graves da Covid-19, além de AVC e câncer. A alimentação equilibrada também previne a obesidade, que é a principal causa de mortes por covid-19 na população de adultos jovens. Esse assunto tem maior importância no momento atual, pois vivenciamos um aumento de pessoas obesas ao redor do mundo devido ao crescente consumo de alimentos industrializados altamente calóricos e a redução da atividade física, o que se pode chamar de estilo de vida ocidental contemporâneo.
O consumo de alimentos saudáveis depende da escolha adequada e racional do que será ingerido, ao contrário da seleção motivada principalmente pelo prazer que os alimentos trazem. Isso porque os alimentos que trazem maior sensação de prazer tendem a ser mais calóricos e gordurosos. É importante destacar que selecionar os alimentos inicialmente por suas qualidades nutricionais não quer dizer que precisemos nos alimentar apenas de alimentos ruins ou insossos. É possível ter as duas coisas através da seleção adequada dos ingredientes em cada refeição, preparados de diferentes maneiras para que se tenha sabor e traga prazer em cada garfada.
Para que seja possível selecionar os alimentos e consumi-los na quantidade certa, principalmente se tivermos que mudar completamente os hábitos, é imperativo ter força de vontade guiada por uma elevada autoestima e controle da ansiedade. Em muitos casos, faz-se necessário o acompanhamento por um psicólogo quando, sozinha a pessoa não é capaz de transformar seus hábitos alimentares. Isso porque muitos distúrbios psicológicos como depressão e ansiedade interferem na seleção dos alimentos, frequência de ingestão e até mesmo na absorção dos nutrientes.
Além do aspecto psicológico da escolha dos alimentos corretos, é necessário que haja condições físicas para que os alimentos sejam processados e absorvidos e, assim, sejam transformados e utilizados no funcionamento do nosso corpo. Como a primeira fase desse processo de digestão se inicia pela boca, é fundamental que ela esteja saudável, pois a falta de dentes e de saliva (xerostomia), a presença de cáries e fraturas dentárias causando lesões e dor, são fatores limitantes da capacidade mastigatória (capacidade de triturar os alimentos). Com a redução da eficiência mastigatória, as pessoas passam inconscientemente a aumentar a preferência por alimentos mais fáceis de serem consumidos como pães e massas, que são altamente calóricos e possuem baixa quantidade de fibras e vitaminas.
Segundo a OMS, as principais características de uma boa alimentação nos adultos são: comer pelo menos 400g, ou cinco porções, de frutas e vegetais por dia, reduzir a quantidade total de gorduras ingeridas para menos de 30% do consumo calórico total, reduzir o consumo de sal para menos de 5g por dia (ou um saché), e limitar a ingestão de açúcares de acordo com o gasto calórico (prática de exercícios físicos X sedentarismo).
Os alimentos ricos em vitaminas que turbinam nosso sistema imunológico são principalmente frutas cítricas, pimentas / pimentões vermelhos, brócolis e verduras escuras, alho, gengibre, iogurte, castanhas e sementes, frango e peixe. Imagine quantas receitas deliciosas é possível você criar com esses ingredientes?
E aí, vamos começar a mudança?