Engana-se quem pensa que apenas a alimentação incorreta e a prática de demais hábitos pouco saudáveis são responsáveis por prejudicar a imunidade. Estresse, ansiedade e outros distúrbios psicológicos também têm sua parcela de culpa sobre a baixa imunidade a ocorrência de doenças.
Segundo Steven Taylor, autor do livro “A psicologia da pandemia”, a história relacionada a outras pandemias mostrou que as pessoas são resilientes, ou seja capazes de se adaptar e se reinventar em momentos difíceis como esses. O que difere a pandemia do coronavírus das anteriores é a quantidade de informações bombardeadas a todo tempo por redes sociais. Esse excesso de informações verdadeiras e falsas gerou uma outra “doença” tão preocupante quanto a própria Covid-19: o pânico generalizado.
A pandemia acelerada pelo pânico levou as pessoas a um grau elevado de ansiedade e angústia, e a adoção de medidas por vezes exageradas do uso de vitaminas e produtos de higiene e limpeza. Além disso, devido à necessidade de isolamento social, houve uma mudança brusca no estilo de vida das famílias, que precisaram adaptar suas rotinas de vida ao ambiente doméstico.
O nível de estresse está extremamente alto, o que tem aumentado a quantidade de pacientes com fraturas dentárias devido a apertamento/bruxismo, problemas bucais tem se agravado por medo de ir ao dentista, doenças auto-imunes tem se agravado, e também tem aumentado o número de pessoas morrendo em casa por medo de procurar ajuda médica em hospitais pelo medo de contrair a Covid-19.
A pandemia trouxe consigo a mostra clara da fragilidade da vida, o risco de morte. Todos os seres vivos buscam a manutenção da vida, porém para os humanos a morte parece ser menos aceita e mais dolorosa. Obviamente ninguém deseja morrer, mas ter pânico da morte também adoece e não ajuda seu corpo em nada. Então, trabalhemos com o fato de que sim, o pior pode acontecer por mais que usemos máscaras e fiquemos em casa por 5 anos isolados. Isso é fato, pois se não tivermos covid-19, podemos ter câncer, doenças auto-imunes, cáries, fraturas, infarto e muitos outros problemas que podem acontecer em qualquer pessoa, basta estarmos vivos para ter risco de morte. Problemas podem acontecer e não temos controle nenhum sobre a vida, e nenhum médico ou cientista por melhor que seja o tem.
Que tal, então, começar a aproveitar a vida hoje, com o que temos? Que tal se concentrar no que É POSSÍVEL CONTROLAR ao invés de tentar controlar o impossível? Não estou dizendo que devemos sair às ruas em aglomerações, sem máscaras e lamber corrimões. Devemos fazer o que é possível com tranquilidade, não com pânico. E isso é possível controlando nossos pensamentos e tendo fé (independentemente de religião).
Comecemos por organizar nosso dia com rotinas e algo que nos obrigue a sair da cama e tirar o pijama. A internet pode ajudar, pois você pode começar a fazer um curso ou a escrever num blog (como eu estou fazendo rs). Limite a quantidade de informações que você vai ver sobre a doença. Entre em contato com familiares e amigos por mensagens ou ligações e nesses momentos se concentrem no quanto é gostoso ter essas pessoas queridas na sua vida, ao invés do sofrimento de tê-las longe. Se reinvente, se organize, sonhe, tenha bons pensamentos e afaste os ruins. Sempre é possível olhar o copo meio cheio.
E quando tiver os momentos de fraqueza e vierem aqueles pensamentos ruins, sinta (não finja), assuma que todos temos sentimentos legítimos, inclusive de tristeza, mas não os alimente ou supervalorize com auto-piedade. Isso não vai te ajudar. E se você não estiver conseguindo controlar sua angústia e ansiedade sozinho, não hesite em procurar ajuda, hoje em dia existem atendimentos com psicoterapeuta virtualmente e até mesmo gratuito.
Eu gosto muito da oração da Serenidade, principalmente nos momentos de dúvida, e uso como um mantra, então, se te ajudar lembre-se dele:
Concede-me, Senhor, a serenidade
para aceitar as coisas que não posso mudar,
a coragem para mudar aquelas que posso
e a sabedoria para discernir uma da outra.
Vivendo um dia de cada vez,
apreciando um momento de cada vez,
recebendo as dificuldades como um caminho para a paz
e aceitando as circunstâncias do mundo
como realmente são, e não como gostaria que fossem.
Para que possa ser feliz e viver em paz.