A deficiência na produção de insulina pelos diabéticos causa a hiperglicemia, ou seja um aumento na concentração de glicose no sangue, uma vez que a insulina é o hormônio responsável pelo aproveitamento da glicose pelas células. A elevada quantidade de açúcar no sangue é a responsável pelas principais consequências do diabetes aumentando o risco de infecções de maneira geral e afetando o funcionamento de órgãos como olhos, rins, nervos, cérebro, coração, podendo levar à falência dos órgãos mais afetados.
Na boca, o diabetes causa xerostomia (diminuição do fluxo salivar), maior suscetibilidade a infecções e, pela alteração vascular, maior incidência de gengivite (inflamação gengival) e periodontite (perda do osso que sustenta os dentes na boca). Além disso, segundo a Dra. Adriana Zink, dentista presidente da Câmara Técnica de Pacientes com Necessidades Especiais (CT PNE) do CROSP, a ocorrência dessas doenças bucais causam um aumento da glicemia, dificultando seu controle, tão fundamental em pacientes diabéticos.
Não podemos deixar de considerar que a dieta dos diabéticos deve ser rica em proteínas e fibras, e pobre em carboidratos, que seriam convertidos em glicose pelo nosso corpo. Nesse aspecto, a preservação de dentes ou sua reposição por próteses dentárias convencionais ou sobre implantes é fundamental para possibilitar a adesão à dieta, uma vez que a alimentação mais adequada exige maior capacidade mastigatória. A ausência de dentes total ou parcial faz com que os indivíduos selecionem alimentos mais fáceis de mastigar e esses são, em sua maioria, justamente a classe de alimentos que os diabéticos deveriam evitar: os carboidratos.
Todos os órgãos do nosso corpo estão relacionados e as interferências em seus funcionamentos são mútuas. Portanto, se você é diabético tenha o dentista como seu aliado no controle da glicemia, na recuperação e manutenção da sua saúde gengival e na capacidade mastigatória que possibilita a manutenção da dieta.